Só começo a viver quando saio a porta do serviço em direcção à rua, se é que me faço entender, e isso só acontece à tarde. Fiz a viagem até casa a ouvir Duran Duran. Cheguei a casa comi uma torrada com doce de tomate e maçã, bebi um copo de leite magro. Vesti o biquíni, pus a toalha ao ombro e entrei no jipe. Destino: praia!
Mergulhei nas àguas límpidas e azuis e, nadei, nadei, nadei... até me cansar. Deitei-me na toalha a "alourar" ao sol... Deixei-me ficar quieta e alheia ao que se passava à minha volta. Adormeci. Acordei. Hora de regresso.
Já em casa, o duche.Os meus miminhos (creme hidratante e perfume). Escolhi um roupa mais ou menos ao calhas, vesti-me e saí. Voltei a fazer-me à estrada. Destino: inauguração de uma exposição.
Jantamos?! Mas é claro que jantamos! E depois? Depois o sol já dormia e, eu também deveria segui-lhe o exemplo mas, em vez disso, fui... dar um pezinho de dança e abanar o capacete, sacudir bem as ideias, senti-las completamente loucas e soltas para conseguir, no dia seguinte, enfrentar o maralhal que terminou as férias...
Gosto de estar viva!
Ah! E tu? tu não me fazes falta!
Sexta feira, fomos, o marido e eu, jantar a convite de uns amigos, a um restaurante muito simpático, cujo dono conheço há já alguns anos e com quem não me cruzo muitas vezes, facto pelo qual, aproveitamos para pôr a escrita em dia. Foi giro.
Saímos de lá e fomos beber um copo (não importa de quê) a um barzinho/discoteca, perto da praia. A música não era da melhor mas, aqui a menina, dançou que se fartou. Lá encontramos um casal amigo, a comemorar o aniversário da senhora. Estivemos juntos pouco tempo. Eles já estavam de saída.
Quanto a mim, diverti-me imenso. Dancei e cantei e, dançaria e cantaria muito mais, não fossem os novatos e o marido estarem cansados e, termos de nos levantar cedo no sábado, afinal íamos todos a uma festa de praia...
Duas horitas de sono e voltamos a encontrarmo-nos todos.
Um dos putos que estava connosco na noite anterior, pergunta-me:
- Estás com dores de cabeça? Tens a boca a saber a papel?
- Eu?! Não.Sono tenho, claro, afinal dormi duas horas... Mas, porque perguntas isso?
- Porque a Maria, está.
(Maria é a aniversariante da noite anterior)
- Cota sou eu, e estou cá para as curvas...
Sorri perante o ar admirado dele. E, ri quando ele me disse:
- E danças...! Ui... danças!
Gostei desta... O puto devia achar que sair connosco seria uma seca e ficou surpreendido com a vitalidade desta cota.
Soube há pouco, em conversa com o marido, que sempre que perguntavam ao puto como tinha corrido a noite, ele referia o facto de eu ter dançado toda a noite e bem...Eheheheheh.
Deveria ter sido a meia hora habitual, mas pelo caminho encontrei a Susana, dois dedos de conversa e um convite para que me acompanhasse num fino, convite aceite de imediato, levou a que chegasse atrasada à esplanada e, ficasse lá mais do que o previsto.
A mesa 5 estava ocupada. Sentamo-nos numa mesmo ao lado. Até aqui tudo normal. O que não foi normal, foi ouvirmos, vindo da mesa 5 o seguinte:
- Que bela perna! Toda morenaça!
Olhamos em volta e, por incrível que pareça, a única pessoa de perna à mostra era... eu.
Inclinei-me sobre a mesa e sussurrei:
- Deve estar a precisar de óculos, coitado. Que é perna, é. Que é morena, é. Mas daí a ser bela... Será que ele não viu a celulite?!
Foi gargalhada até mais não. Volta e meia, olhávamos uma para a outra e desatávamos às gargalhadas.
Gosto do meu momento, na esplanada, após um dia de trabalho. Gosto mesmo!
Aprecio aquela meia hora, ali sentada, na mesa 5, a minha preferida, debaixo da araucária, num lugar privilegiado da esplanada, em que observo o movimento, as pessoas, as expressões, os hábitos... Sinto-me mesmo bem enquanto lá estou.
Invariavelmente, sai um fino e um pires de tremoços.
A meia hora, passa, e estou preparada para a segunda parte do dia: a família, a casa o jantar e, sempre que possível, a praia.
A praia tem estado óptima. O calor é uma constante, com o sol a brilhar e a convidar a um mergulho. O mar... que delícia...
A minha cor de caramelo está a tender para chocolate. E eu, estou bem! Mesmo bem!!!
No relvado, o filhote e a vizinha mais nova, no alpendre, a filhota e a vizinha mais velha. O marido e eu já desistimos.
Os gritos são muitos:
- Eu vi um, eu vi um...
- Viste aquele?
- Eu vi um grande! Tu viste?
Sucedem-se as corridas para onde ninguém os ouça e expressam os seus desejos em voz alta.
- Eu vi... lindo, lindo.
- Ah! Este eu não vi.
- Este era grande.
De novo a correria...
Estão nisto, há pelo menos uma hora. Já acusam falta de desejos, mas não lhes falta a vontade de continuar na rua a olhar para o céu.
Hoje, excepcionalmente, não haverá hora para deitar. Afinal, não é todos os dias, ou melhor não é todas as noites, que se pode assistir a um espectáculo destes. Estão todos demasiado excitados com a "chuva de meteoros".
"Balada do desajeitado"
Sei de alguém
Por demais envergonhado
Que por ser tão desajeitado
Nunca foi capaz de falar
Só que hoje
Viu o tempo que perdeu
Sabes, esse alguém sou eu
E agora vou-te contar
Sabes lá
O que é que eu tenho passado
Estou sempre a fazer-te sinais
E tu não me tens ligado
E aqui estou eu
A ver o tempo a passar
A ver se chega o tempo
De haver tempo pra te falar
Eu não sei
O que é que te hei-de eu dar
Nem te sei
Inventar frases bonitas
Mas, aprendi uma ontem
Só que já me esqueci
Então, olha, gosto muito de ti
Podes crer
Que à noite o sono é ligeiro
Fico à espera o dia inteiro
Para poder desabafar
Mas, como sempre,
Chega a hora da verdade
E falta-me o à vontade
Acabo por me calar
Falta-me jeito
Ponho-me a escrever e rasgo
Cada vez a tremer mais
E às vezes até me engasgo
Nada a fazer
É por isso que eu te conto
É tarde pra não dizer
Digo como sei e, pronto
Eu não sei
O que é que te hei-de eu dar
Nem te sei
Inventar frases bonitas
Mas, aprendi uma ontem
Só que já me esqueci
Então, olha, gosto muito de ti.
Quadrilha
Acho que te adivinho o sorriso...
Acordei cedo. Estou de férias mas, mesmo assim, hoje quis acordar e levantar-me cedo. Fui até à minha horta. Hoje, particularmente, fiz uma colheita especial:
- uma couve coração
- uma alface
- alguns tomates vermelhinhos
- um raminho de salsa
- um raminho de hortelã
- um raminho de hortelã pimenta
- tomates de capucho (Physalis).
Coloquei tudo agradavelmente ordenado numa cestinha de vimes. Decorei com um botão de rosa, colhido de passagem.
Gostei do resultado.
Colorido e cheiroso!
Este é o meu singelo agradecimento à Libel.
Leva-a. É tua, esta cestinha.
Muito obrigada. O tempo e as palavras que me dedicaste, emocionaram-me.
Regressa sempre que te apetecer. És sempre bem-vinda.
Com a chegada do verão a minha casa enche-se. São os amigos dos filhos, os amigos do marido, os meus amigos e os amigos comuns.
Julho, por excelência, é o mês em que o entra e sai se faz notar com maior intensidade. Prolonga-se, é claro, por todo o mês de Agosto.
A tenda, das vizinhas, já está montada há alguns dias à sombra do carvalho, ali no quintal. São lá passadas algumas noites, entre risos, gargalhadas e jogos, assaltos á despensa cá de casa, sempre dá para dormir qualquer coisa. Pelo menos é o que eles dizem...
Este fim de semana a tenda está de folga, que é com quem diz, não teve ocupantes. Em contrapartida, o sótão transformou-se numa tenda gigante. Dorme-se em qualquer sítio, nos puffs, no sofá, em colchões, enfim, por todo o lado mesmo.
A estrada é invadida por um bando infanto-juvenil, montado em bicicletas, às quais chamam "biclas", que voam em direcção à felicidade do momento, e que se reflecte em sonoras gargalhadas, rostos corados, corpos suados e uma sede desmedida.
Dizem-se estourados, mas ainda conseguem forças para jogar futebol e badmington. Rebolam-se na relva acabadinha de cortar e enchem de nódoas verdes, as t-shirts brancas que tem vestidas.
Depois do banho, o jantar. Tecem elogios à cozinheira, eu, e constatam que deram cabo de um garrafão de àgua. Risos. Sempre e, abundantes.
Há tempo para o Karaoke. Entre vozes mais ou menos afinadas, surgem canções em português e inglês. O silêncio tirou folga. Só volta a fazer-se sentir tarde, muito tarde (ou será cedo?).
Hoje, já acordaram. Já tomaram o pequeno almoço e já se fazem ouvir, na rua, claro.
- É mesmo bom viver no campo. Neste campo! - diz o Zé Pedro
Está na hora de preparar as coisas para ir até ao parque das merendas almoçar. O parque fica a 10 minutos de casa.
Se assim o entenderem, por voltas das 16.30 horas, haverá tempo para uma ida à praia... Logo se verá. Cabe-lhes essa decisão.feliz
Li algures, e há já algum tempo, duas frases que estão de acordo com a minha maneira de estar na vida. A primeira refere-se ao passado e diz o seguinte:
"Quem vive do passado, é museu".
A outra, refere-se ao futuro e já era minha conhecida, mas nunca lhe tinha atribuído a importância que lhe atribui na altura em que a vi escrita. É a seguinte:
"Quem morre de véspera, é o perú".
Pensando bem, todos nós, de uma maneira ou de outra, vivemos, com maior ou menor intensidade, o passado e projectamo-nos no futuro, esquecendo-nos de que o que realmente existe é o presente.
No passado, aconteceram factos, vivemos situações, que nos trouxeram até ao presente. Mas são isso mesmo: passado.
O futuro, não temos a certeza de o irmos viver, mas preparamo-lo hoje; ocupamos a nossa mente com projectos, sonhos, antecipamos situações e vivências, tentamos adivinhar com quem estaremos, e esquecemos algo muito importante: o hoje.
O presente... ah! O presente! A única realidade. Este momento em aqui escrevo, em que sou interompida pelos filhotes que quase me derrubam com abraços e me lambusam com o doce dos seus beijos; o miminho do marido que me traz o café, acabado de sair da máquina; o céu azul, lá fora; o chilrear dos pássaros; o livro que repousa aqui ao meu lado; a voz tranquila e única do João Afonso, que me chega como uma prenda...
Este é o meu presente. É este o momento que eu tenho para viver. O passado já foi, o amanhã virá depois.
Não sou irresponsável ao ponto de não pensar no futuro. Claro que penso. E, não vivo o presente com base na irresponsabilidade e rebeldia. Antes pelo cotrário. Vivo o presente de forma a poder ter e, poder proporcionar a quem me rodeia, um bom futuro. Mas só.
Acredito que, quem pensa e valoriza demasiado o futuro, envelhece mais depressa. Salta etapas. Atropela-se e atropela a vida, numa ansiedade que inibe a convivência com o presente.
Gosto dos finais de tarde tranquilos.
Uma esplanada.
O mar.
Um livro.
A paz.
Suficientemente longe, para estarem perto, os ruídos:
do marulhar,
das crianças,
das gaivotas,
da vida.
Enche-se-me a alma
de paz,
de vida,
de amor,
de felicidade.
Tenho ali tudo! Não preciso de mais...
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