Estranhando a falta de notícias e, sabendo que a cesariana havia sido marcada para a segunda-feira passada, resolvi telefonar para saber como tinha corrido o parto. Alarnei-me quando, após muitas tentativas e a diversas horas do dia, do outro lado ninguém atendeu o telefone.
Finalmente ontem à noite, antes de sair para jantar na casa de uns amigos, tentei novamente e alguém atendeu do outro lado. Não reconheci de imediato a voz. Identifiquei-me e quando ia pedir para falar com o meu amigo, dono da casa, ouço do outro lado:
- Eusinha, sou eu mesmo...
- Desculpa, não te reconheci a voz.
- Já soubeste o que aconteceu?! O nosso bébé morreu.
Cá deste lado gelei por completo. Perdi a fala e a capacidade de raciocinio. Ele soluçava baixinho e eu não sabia o que fazer ou dizer. O silêncio de alguns segundos, pareceu-me interminável. Foi ele quem o quebrou para dizer-me:
- Vou passar o telefone à minha irmã. Ela explica-te tudo. Obrigado por teres ligado.
Quando a irmã me começou a contar, fiquei em choque. A gravidez tinha sido vigiada, foram feitas todas as ecografias e não se tinha detetado nada. Como era possível? O bébé nascera com Trissomia 13 e sobrevivera apenas 48 horas.
Desconhecia por completo o que nascer com Trissomia 13 podia significar. Esta manhã predispus-me a fazer umas buscas.
Entre muitos textos que consultei, o que abaixo transcrevo, pareceu-me bastante claro (apesar de o português, ser português do Brasil) e elucidativo. É um texto da autoria de Leonardo Leite e foi retirado da net.
"Reconhecida em 1960 por Klaus Patau observando um caso de malformações múltiplas em um neonato, sendo trissômico para o cromossomo 13. Tem como causa a não disjunção dos cromossomos durante a anáfase 1 da mitose, gerando gametas com 24 cromátides. Cerca de 20% dos casos resultam de uma translocação não-balanceada.
A sua incidência foi estimada em cerca de 1 caso para 6000 nascimentos. Aproximadamente 45% dos afetados falecem após 1 mês de vida; 70%, aos 6 meses e somente menos de 5% dos casos sobrevivem mais de 3 anos. A maior sobrevida relatada na literatura foi a de 10 anos de idade.
Assim como a maioria das outras trissomias, associa-se à idade materna avançada, por estarem mais propícias a ocorrência da não disjunção dos cromossomos. A idade da mãe é superior a 35 anos em 40% dos casos. Assim como a maioria das outras trissomias, associa-se à idade materna avançada, por estarem mais propícias a ocorrência da não disjunção dos cromossomas. A idade da mãe é superior a 35 anos em 40% dos casos.
A trissomia tem origem do óvulo feminino, pelo fato da fêmea maturar geralmente apenas um ovócito, em antagonismo com o macho, que matura milhões de espermatozóides. Gametas masculinos portadores de alterações numéricas cromossômicas tem menor viabilidade que gametas normais, sendo mínimas as possibilidades de um gameta masculino com 24 cromátides fecundar um ovócito.
O fenótipo inclui malformações graves do sistema nervoso central como arrinencefalia. Um retardamento mental acentuado está presente. Em geral há defeitos cardíacos congênitos e defeitos urigenitais incluindo criptorquidia nos meninos, útero bicornado e ovários hipoplásticos nas meninas gerando inviabilidade, e rins policísticos. Com freqüência encontram-se fendas labial e palato fendido, os punhos cerrados e as plantas arqueadas. A fronte é oblíqua, há hipertelorismo ocular e microftalmia bilateral, podendo chegar a anoftalmia, coloboma da íris, olhos são pequenos extremamente afastados ou ausentes. As orelhas são malformadas e baixamente implantadas. As mãos e pés podem mostrar quinto dedo (polidactilia) sobrepondo-se ao terceiro e quarto, como na trissomia do 18."
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