Dia 1 de Janeiro de 1980. Quinze horas e quarenta minutos.
Dia de Ano Novo. O almoço foi animado. Lá em casa era sempre assim. Planeando o dia seguinte, cada um de nós foi desenvolver tarefas pendentes e necessárias. Nós as manas, estamos juntas. Os pais estavam no outro lado da casa.
Entre risos, cambalhotas, e gargalhadas, surgiu um ruído estranho. Ruído que passou a estrondo. A casa, sacudia e retorcia. Os objectos caiam de todos os lados. Da rua, chegavam gritos. Peguei na minha irmã mais nova ao colo e abracei a outra. Tentamos chegar à porta da rua. Encontramos os meus pais que vinham em nosso auxílio. Dirigimo-nos para a rua. A porta não abria. Os gritos continuavam a chegar e o barulho de pedras a rolar e paredes a cair.
Conseguimos sair. O caos estava ali mesmo à nossa frente. A igreja que ficava mesmo em frente, estava parcialmente destruída. Ao olharmos para trás, verificamos que aquela que tinha sido a "nossa" casa, e de onde tínhamos acabado de sair, era um monte de escombros...
Nós, a família de cinco pessoas, estava bem. Sem nada. Mas juntos.
Perante a tragédia de Haiti, senti-me paralisar. Não consegui raciocinar de uma forma coerente. Fiquei à beira do desespero. De um desespero antigo. De um desespero recente. O que fazer?
P.S. Acabei de receber uma chamada telefónica. Alguém que conta comigo para ajudar a angariar fundos. Mãos à obra! Há quem precise de mim, de nós!
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