Peco pelo tardio, ao escrever este post. Deveria tê-lo escrito há já algum tempo. No entanto, hoje apeteceu-me e, eu ainda funciono um pouco consoante os apetites.
Não conheço Cabo Verde, mas tenho amigos que são caboverdianos, gente que visita a sua terra de dois em dois anos e que trazem, de cada vez que lá vão, algo de novo para contar.
Recordo-me de que as lágrimas me vieram aos olhos ao ouvir, emocionada, a história de Cesária Évora, mulher simples, amiga da sua terra, amiga dos seus amigos e sobretudo, amiga de muitos conterrâneos desconhecidos.
Contaram-me estes amigos que, Cesária tinha um casa na sua terra natal. Essa casa, quer ela estivesse em Cabo Verde, França, ou qualquer outro país, tinha sempre a porta aberta e a mesa posta. Para quê? Para que todos aqueles que tivessem fome e não tivessem o que comer, entrassem, sentassem e comessem, sem pressa, dissera-me eles.
Mantinha, alguém responsável pela gestão da casa e empregou algumas pessoas. A casa funcionava sempre.
A música afastou-a fisicamente do seu país, mas não da sua gente. O egoísmo não tomou conta do seu coração e a fama não lhe turvou os sentidos. Usou o fruto do seu trabalho para continuar a ajudar aqueles que mais precisavam.
Grande Cesária Évora!
Muito para além da música... "SÔDADE"!
Obrigada!
Os sucessivos Governos Portugueses e, não descarto nenhum deles, provocaram no País um estrago em tudo semelhante ao das térmitas na madeira seca... Destruíram o âmago. O que se via de fora, nada mais era do que uma fina película que virou pó quando lhe tocaram de perto.
A acção das térmitas não tem resultado imediato, mas sim a médio/longo prazo, mas os estragos são irreversíveis se não se agir com determinação e atempadamente...
Qual é a diferença entre o Brasil e Portugal?
O Brasil tem um palhaço político; Portugal tem políticos palhaços.
... Portugal é um circo onde os políticos sãos os palhaços?
De pé, aplaudo a grande senhora do teatro, Mariana Rey Monteiro.
Neste país, estamos cada vez mais pobres... a cultura está mais pobre.
Conheci-o já lá vão muitos anos. Tantos que já não os conto. Um pouco por culpa do Raul que me falou do Festival Maré de Agosto e, me fez ir até à Ilha de Santa Maria, ou se calhar, um pouco por culpa deste meu gosto pelos artistas e que vai muito para além do espectáculo e do palco.
Lembro-me que havia uma discoteca, A Chaminé, e que foi para lá que foram os músicos e a organização do festival.
Eu, fui levada pelo Leo e pelos restantes músicos da Tânia Maria. O Max, com aquele seu jeito divertido e amigo de ser, explicava as entranhas da discoteca. Na visita guiada. levou-nos a um espaço vedado ao público. Lá, lembro-me bem, estavam a Tânia Maria, o marido, o Leo e eu.
Ouvimos todas as explicações, questionamos e divertimo-nos.
Passaram-se anos sem contacto. Quando nos encontramos, por culpa de um outro festival e de um grande amigo em comum, a amizade renasceu. Acompanhei de longe a luta. Sabia o que se passava. Mas ontem, ao saber que nos tinha deixado, senti-me vazia...
Homem da fotografia, amigo verdadeiro, dono de um sorriso fantástico e brilhante, um pai e tanto, fiel aos seus ideais e aos seus sonhos, contador de histórias fascinante, partiu ontem.
A tua família Max, está de luto. Para além deles, a tua ilha, os Açores, o Mundo, as Artes (fotografia, música e teatro), os teus Amigos...
Lembrar-me-ei de ti, do teu abraço e do teu sorriso e, sentirei ao longo da vida, o calor da tua amizade.
Obrigada, Amigo!
Descansa em paz!
Pois é! Hoje, precisava ser como a preta: ter dois corações...
Fico sempre dividida quando, os clubes pelos quais torço, se defrontam. E, logo hoje, em que chove a potes, venta que se farta, e em que ne sinto irritada com tudo, sim, logo hoje a Académica tinha de receber o Benfica???
Ah! E podem parar com as sms... Mas, podem continuar a rir-se à minha custa.
A última sms que recebi dizia o seguinte: "Ainda tens unhas??? É que a tua Académica vai jogar com o nosso Benfica... Lol. Bjs"
Com amigos como estes, quem precisa de inimigos?
«Sinto alguma amargura por ter sido motivado a deixar o país» Victor Constâncio
O homem está amargurado porque vai para o Banco Central Europeu no próximo dia 1 de Junho?! Quem o obrigou a candidatar-se?
Por ir ganhar mais 3.700 €/mês? Sabe que em Portugal há quem lute todos os anos para sobreviver, porque recebe esse valor anualmente?
As regalias, das quais não se fala, não lhe agradam?
Ou por ocupar o lugar de vice? Ou era esse ou nada, não era?
Desculpem lá, mas o homem está a gozar com a cara de quem? Está a insultar a inteligência de quem? Pretenderá ele, que nós, que apertamos o cinto e lutamos para que as contas fiquem pagas a cada final de mês, acreditemos nisso?
Antes de ir ocupar a sua cadeira de ouro, senhor Victor Constâncio, porque não se propõe viver, o tempo que medeia entre hoje e 1 de Junho, com o salário mínimo nacional, e sem as mordomias a que está habituado? É que sabe, eu gostaria de ver. Eu, e se calhar, muitos milhares de portugueses.
Dia 1 de Janeiro de 1980. Quinze horas e quarenta minutos.
Dia de Ano Novo. O almoço foi animado. Lá em casa era sempre assim. Planeando o dia seguinte, cada um de nós foi desenvolver tarefas pendentes e necessárias. Nós as manas, estamos juntas. Os pais estavam no outro lado da casa.
Entre risos, cambalhotas, e gargalhadas, surgiu um ruído estranho. Ruído que passou a estrondo. A casa, sacudia e retorcia. Os objectos caiam de todos os lados. Da rua, chegavam gritos. Peguei na minha irmã mais nova ao colo e abracei a outra. Tentamos chegar à porta da rua. Encontramos os meus pais que vinham em nosso auxílio. Dirigimo-nos para a rua. A porta não abria. Os gritos continuavam a chegar e o barulho de pedras a rolar e paredes a cair.
Conseguimos sair. O caos estava ali mesmo à nossa frente. A igreja que ficava mesmo em frente, estava parcialmente destruída. Ao olharmos para trás, verificamos que aquela que tinha sido a "nossa" casa, e de onde tínhamos acabado de sair, era um monte de escombros...
Nós, a família de cinco pessoas, estava bem. Sem nada. Mas juntos.
Perante a tragédia de Haiti, senti-me paralisar. Não consegui raciocinar de uma forma coerente. Fiquei à beira do desespero. De um desespero antigo. De um desespero recente. O que fazer?
P.S. Acabei de receber uma chamada telefónica. Alguém que conta comigo para ajudar a angariar fundos. Mãos à obra! Há quem precise de mim, de nós!
Numa altura em que se comemora a queda do Muro de Berlim, na Palestina o muro começa a ceder e,espero eu, em breve deixará de existir; na Indía há um que começa a ser construido...
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