Conheci-o já lá vão muitos anos. Tantos que já não os conto. Um pouco por culpa do Raul que me falou do Festival Maré de Agosto e, me fez ir até à Ilha de Santa Maria, ou se calhar, um pouco por culpa deste meu gosto pelos artistas e que vai muito para além do espectáculo e do palco.
Lembro-me que havia uma discoteca, A Chaminé, e que foi para lá que foram os músicos e a organização do festival.
Eu, fui levada pelo Leo e pelos restantes músicos da Tânia Maria. O Max, com aquele seu jeito divertido e amigo de ser, explicava as entranhas da discoteca. Na visita guiada. levou-nos a um espaço vedado ao público. Lá, lembro-me bem, estavam a Tânia Maria, o marido, o Leo e eu.
Ouvimos todas as explicações, questionamos e divertimo-nos.
Passaram-se anos sem contacto. Quando nos encontramos, por culpa de um outro festival e de um grande amigo em comum, a amizade renasceu. Acompanhei de longe a luta. Sabia o que se passava. Mas ontem, ao saber que nos tinha deixado, senti-me vazia...
Homem da fotografia, amigo verdadeiro, dono de um sorriso fantástico e brilhante, um pai e tanto, fiel aos seus ideais e aos seus sonhos, contador de histórias fascinante, partiu ontem.
A tua família Max, está de luto. Para além deles, a tua ilha, os Açores, o Mundo, as Artes (fotografia, música e teatro), os teus Amigos...
Lembrar-me-ei de ti, do teu abraço e do teu sorriso e, sentirei ao longo da vida, o calor da tua amizade.
Obrigada, Amigo!
Descansa em paz!
Ontem, levei o dia todo com a certeza de que apenas a tua voz me traria tranquilidade. Precisava ouvir-te a dizer um poema... Hoje fui pequisar e, encontrei este... O mar... Sempre o mar...
P.S. Tenho muitas saudades tuas... Sinto falta daquele abraço...
Voltei hoje ao Centro de Saúde e, desta vez não houve "tourada", antes pelo contrário, correu tudo muito bem. Finalmente consegui ver as radiografias do meu pé e soube qual o osso que sofreu o traumatismo. Foi um dos ossos do tarso, o cubóide. Apenas não gostei de ter de ficar em casa mais trinta dias. Mas tem de ser, para que o osso volte ao normal. Não sei se terei de fazer fisioterapia. Tudo vai depender de como estiverem os músculos, depois de tanto tempo parados.
Mas o motivo deste post é outro. Quando cheguei a casa, instalei-me no sofá e liguei o computador. Comecei por ver o correio. No meio a tantos e-mails daqueles habituais, havia um de um amigo com quem não estou há já algum tempo, e que passo a transcrever:
"Bom dia menina
Como está o pé? Pronto para as caminhadas?
Hoje acordei e pensei em ti. Lembrei-me do teu sorriso, orelha a orelha. Mais, lembrei-me da tua gargalhada e ri sozinho. Não conheço ninguém que ria como tu, com tanta vontade... é que a tua gargalhada nasce na barriga. Lol. Ok! Ok! Já te fiz soltar uma dessas gargalhadas. Boa!
Beijos com saudades.
J.F."
A verdade é que de início sorri. Depois, surgiu a gargalhada. Sim, dessas que nascem na barriga. Eheheheheh
Afinal, rir é o melhor remédio!
Domingo de manhã, um dia nublado mas, suficientemente quente, para que António planeasse ir até à praia após o almoço.
A viver sózinho, após a morte dos pais, ficou, com toda a lida dos campos e da casa por sua conta, para além do emprego.
Assim sendo, pôs roupa a lavar na máquina. O dijuntor disparou. Após várias tentativas e contínuos disparos do dijuntor, saiu de casa e dirigiu-se à mercearia para telefonar para a Empresa de Electricidade.
Quando voltou, reparou que do telhado saía um pequena coluna de fumo. Voltou à mercearia e telefonou para o posto dos bombeiros, que fica na freguesia vizinha, a sensivelmente dez minutos de distância tempo.
Aguardou e nada. Uma vizinha também ligou. Desta feita foi informada que não existiam bombeiros de plantão, pelo que teriam de vir os da cidade (ao que parece, por má gestão do comando central).
Os populares não sabiam o que fazer.
A madrinha do António, voltou a ligar para os bombeiros...
Passados uns quarenta e cinco intermináveis minutos, surge o carro tanque dos bombeiros (que entretanto se haviam perdido no caminho...) que, para espanto de todos, não trazia água, estava vazio.
Recorreram a uma boca de incêndio próxima que, também ela, estava seca...
Entretando de uma forma impiedosa, as chamas destruíram tudo o que o António tinha.
Todos os haveres que os pais lhe tinham deixado. Toda a sua roupa e calçado. A sua casa. Todos os seus registos de vida.
De um momento para o outro, António, ficou sem NADA. Sem bens materiais e sem a alegria de viver, que lhe era tão característica.
Tentamos saber o que de imediato faltava ao António. A madrinha, informou-nos que roupa é o mais necessário.
Entramos em campo, estabelecemos contactos, mas está a ser difícil. Camisas XL, calças 48 e sapatos 45, não é qualquer um que tem...
Continuamos à procura.
António, não estás sozinho! Não percas a esperança! Juntos vamos conseguir!
Nota: O Comandante dos bombeiros já veio a publico e mentiu.
A Junta de Freguesia deveria, até porque tem esse dever moral e cívico, instaurar um inquérito, para se apurar responsabilidades e, evitar
que situações deste tipo se voltem a repetir.
Conheço-o desde sempre. Os nossos quintais eram separados por um muro baixo, que saltávamos sempre que nos queríamos ver. habitamos a vida um do outro até que ele foi para o Seixal tirar um curso de formação profissional.
Desde então, a vida modificou-se. A dele e a minha. No entanto, sempre que podíamos, encontrávamo-nos para um café e dois dedos de conversa.
Por contingências da vida, afastamo-nos. Os interesses já não eram comuns mas, éramos amigos. Continuávamos a gostar de estar juntos...
Até ontem. Ontem vi-o. Já não o via há tanto tempo... senti uma alegria imensa por vê-lo. Corri ao seu encontro, mas percebi que algo não estava bem.
Quando me preparava para o cumprimentar, senti-o frio, distante. Nem queria acreditar, quando o ouvi dizer:
- Desculpa, hoje não posso falar contigo. Está ali a Lena.
E?!...
Lena é a mulher dele. Só não percebi até agora, porque não pode falar comigo...
Não pretendo perder tempo a pensar mais nisso nem tão pouco voltar a falar-lhe.
Por isso, João, nem ontem, nem hoje, nem nunca... És apenas mais um amigo que perco para a vida... Sê feliz!
Estou habituada a trabalhar com artistas, de diversas áreas, e fascina-me conhecê-los, na sua faceta real, fora do seu ambiente profissional, de uma forma mais descontraída.
Tenho conhecido muitos. Mas, nunca me tinha acontecido o que aconteceu contigo. Foi, obviamente, algo mágico. Neste momento, ainda não consigo transmitir com clareza o que se passou. O facto é que tu também o sentiste. Foi, É importante para nós.
Passamos, numa questão de minutos, de desconhecidos, a irmãos.
Quando nos despedimos no aeroporto, não sentimos que ficaria por ali o nosso contacto. Não houve palavras, apenas sentimento. O abraço foi verdadeiro, transparente. Ambos sabemos que o o reencontro estará para breve. Aqui, ou aí, pouco importa. O importante é que acontecerá.
Foram quatro dias fantásticos.
OBRIGADA Pedro.
Quinze cravos, vermelhos!
Os teus preferidos.
Um por cada ano da tua ausência... PAI!
Queria poder escrever o que me vai na alma, mas as palavras misturam-se com as emoções e tornam-se prisioneiras do silêncio.
Não consigo pensar de uma forma coerente e sinto as lágrimas secas.
O choque fez-me ficar assim. Não sei o que penso, não sei o que sinto, não sei o que digo ou escrevo.
Parece que flutuo sobre a realidade, e que esta realidade não é minha. Mantenho um distanciamento (como se existisse um muro) e uma proximidade à vida que se apagou.
A ti, tio, obrigada por tudo. Pela ajuda, pela disponibilidade, pelas noites de Natal, pelas gargalhadas, pelas histórias, pelo sumo de laranja, pelas explicações. Mas sobretudo por me teres concedido o privilégio de fazer parte dos teus amigos.
Obrigada!
Parte em Paz!
Foi por acaso que o conheci, se é que o acaso existe.
Reconheci-lhe uma sensibilidade pouco comum, uma doce sinceridade e alguma nostalgia, na forma como se me dirigiu, por e-mail.
Quando pela primeira vez, ouvi o som da sua voz, tive a confirmação de que ele era uma pessoa especial. Era e é!
Reconheço-lhe a coragem que por vezes, ele sente faltar-lhe. Acredito no seu brilhante futuro, construído hoje, no percurso algo sinuoso, do sentido do dever e da vontade de viver a seu modo.
Para ti e para mim, meu amigo, mandei preparar duas caipirinhas especiais. Façamos um brinde ao sucesso do festival (que pena tenho de não poder estar em Coimbra no próximo fim de semana...) e ao teu futuro.
Um beijo grande para ti e obrigada por estares aí e me aturares de vez em quando...
Que dizer-te neste dia? Nada do que diga ou pense poderá acalmar a dor que sinto, nem impedir que as lágrimas, rolem uma atrás da outra, pela minha face, numa corrida desenfreada, e desmaiem no azul turquesa da minha camisola, conferindo-lhe um tom mais escuro.
Sinto, em cada dia que passa, a tua ausência. É uma dor que não passa...
AMO-TE MUITO, PAI!
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