De pé, aplaudo a grande senhora do teatro, Mariana Rey Monteiro.
Neste país, estamos cada vez mais pobres... a cultura está mais pobre.
Existe alguém por aí que possa informar a senhora Ministra da Saúde, Ana Jorge, que os Açores são PORTUGAL!!!
Confesso que pensei ter sido um lapso mas, duas vezes, num intervalo de poucos minutos, não foi lapso de certeza.
Por tratar-se do Sistema Nacional de Saúde, fiquei a ver o programa "Tardes da Júlia". Até aqui tudo bem. Ficou mal, muito mal mesmo, quando ouço a senhora Ministra da Saúde, referir-se aos Açores e a Portugal... Pasmei de surpresa. Pensei "o pensamento atropelou-lhe as palavras". Mas não. Minutos depois lá vinha a frase, nos Açores... aqui em Portugal...
Há que esclarecer aqui uma coisinha: Açores são Portugal! Uma Região Autónoma é certo mas, não menos Portugal do que qualquer região portuguesa.
Assim sendo, bastaria à senhora Ministra da Saúde, ter dito: nos Açores... aqui em Portugal continental...
Pena é que, sendo ela uma pessoa que, ainda é do tempo em que se estudava na primária, os mapas de Portugal, das Províncias Ultramarinas e das Ilhas Adjacentes (Madeira e Açores), pense ou sinta, que as Regiões Autónomas não são Portugal.
Até porque, não quero acreditar que seja falta de cultura geral...
Apetecia-me. Sim, apetecia-me voltar a escrever, ou voltar a subir a um palco e olhar o público nos olhos, ou simplesmente fechar os meus e deixar que a minha voz aquecesse a sala.
Apetecia-me... de verdade, que sim. Partilhar sons e imagens. Receber aplausos e abraços, entre sorrisos e lágrimas.
Apetecia-me, pois... mas a inércia tomou conta de mim. Pelo menos por hoje, independentemente de quantas horas tenha este "hoje"... Fui vencida... e deixo-me, assim, ficar.
Gostei da ideia. Fez-me recuar aos meus primeiros anos de vida em que sempre que a Biblioteca Itinerante Calouste Gulbenkian, visitava a freguesia e, estacionava em frente à escola primária, era dia de festa.
Tínhamos todos um cartão com o nosso nome e um número.
Alinhavamos em frente à porta da carrinha e aguardávamos impacientes pela nossa vez.
Eram tantos os títulos, autores e temas, que por vezes ficávamos indecisos.
Levamos para casa os livros requisitados e líamos tudo de fio a pavio, para que quando a carinha voltasse, nós já os tivéssemos lido. Quando isso não acontecia, os senhores responsáveis, deixavam-nos voltar a requisitá-los.
Foi nessa altura que compreendi o verdadeiro valor de um livro. E a grandeza do gesto e da palavra "emprestar".
Curioso mesmo, é o facto da responsável pela Cultura, na Região Autónoma dos Açores, ter recuperado a ideia e, ter anunciado que a partir do próximo ano, haverá Biblobus, a visitar as zonas rurais do arquipélago.
Bem haja!
Se as crianças e jovens souberem aproveitar, como eu aproveitei, haverá por certo, muitos mais livros a serem lidos e quem sabe, outros temas a serem discutidos.
O dia não está com boa cara. Melhores dias virão e o "Portugal dos Pequenitos", que reabre hoje as suas portas, receberá muitas e muitas visitas.A minha também, espero.
Sinto-me bem quando lá vou. Não à entrada, porque os ingressos são caritos, mas depois...Depois, solto a minha criança interior, e sou igual a todas as outras, as que conseguem andar pelo seu próprio pé e, se perdem na emoção de entar e sair das casinhas, correr de uma para a oura, como se o tempo não chegasse para viver tamanha emoção.
Depois, vem os museus, as exposições e o aumentar o conhecimento. Há sempre coisas novas a aprender... Há sempre qualquer coisa que não estava lá na última visita, ou que estava mas a correria louca e o carrocel de emoções não deixou que nós a vissemos.
Eis um pouco da sua história, retirada do seu sítio na net:
"Situado em Coimbra, o Portugal dos Pequenitos é desde 8 de Junho de 1940, data da sua inauguração, um parque lúdico-pedagógico destinado essencialmente à Criança.
Nascido pela mão e pelo génio de Bissaya Barreto e projectado pelo arquitecto Cassiano Branco, integra desde 1959 o património da Fundação Bissaya Barreto , que tem como patrono este ilustre Professor.
Retrato vivo da portugalidade e da presença portuguesa no mundo, o Portugal dos Pequenitos é ainda hoje um referencial histórico e pedagógico de muitas gerações.
Para além de ser um espaço de aproximação de culturas e de cruzamento entre povos, o Portugal dos Pequenitos é também uma mostra qualificada da arte escultórica e arquitectónica que, pela miniatura e pela minúcia, ainda hoje encantam crianças, jovens e adultos."
Esta manhã fui até ao Castelo do Queijo. Virtualmente, mas fui.
Reconheci e assumi a minha ignorância, e lá fui eu até à Praça Gonçalves Zarco. Descobri que o nome verdadeiro é Castelo de S. Francisco Xavier do Queijo. Do queijo por estar assente nuns rochedos cujo formato fazia lembrar um queijo.
Foi construído a expensas da cidade do Porto, por volta de 1661 ou 1662.
Actualmente encontra-se à guarda da Associação de Comandos, Delegação do Norte e, é utilizado como palco de eventos culturais e de animação.
Pela sua localização, é um local privilegiado para se assistir ao pôr-do-sol.
Ao lado do Castelo, existe uma praia com o mesmo nome, que não sendo vigiada e por ser rochosa junto à água, é muito procurada para a pesca desportiva.
Descansei o olhar nas fotografias e aproveitando o mapa híbrido do google, segui até à Rua Sousa Aroso, bebi por lá um cafezinho e matei saudades de bons momentos que lá vivi, num passado recente.
Dedico este texto a duas pessoas que me são caras. Certamente, mesmo sem indicar nomes, elas sabem quem são...
Que óptima surpresa esta. Acabei de saber que se tudo correr bem, vou poder assistir a um concerto de Herbie Hancock.
Pois Herbie Hancock, vai estar ao vivo e a cores e sobretudo com muito som, na minha santa terrinha. Há muito tempo que desejava assistir a um concerto desde senhor, grande pianista de jazz , mas nunca imaginei poder concretizar este desejo.
Quem aprecia jazz, sabe que este senhor venceu este ano, o prémio Grammy Awards para o Melhor Álbum do Ano e Melhor Álbum de Jazz Contemporâneo, com o seu álbum "River: The Joni Letters".
Herbert Jeffrey Hancock nasceu em Chicago, a 12 de Abril de 1940. Começou a estudar piano aos sete anos de idade e aos onze já dava concertos. Durante largos anos fez parte do quinteto de Miles Davis. Após a sua saída do quinteto de Miles, enveredou cada vez mais por um jazz de fusão, sem abandonar por completo o jazz acústico se bem que numa vertente moderna.
É sem sombra de dúvida um músico notável e versátil. E eu, Eusinha, vou estar a vê-lo e a ouvi-lo muito em breve.
Tenho ainda na minha memória um concerto de jazz, ao qual assisti há cerca de dois anos. Era um trio de jazz moderno, vindos da Suécia, cujo nome era curioso: E.S.T..
O trio era integrado por Magnus Oström, baterista, Dan Berglund, baixista e Esbjorn Svesson, pianista e compositor.
Fui para o concerto sem conhecer nada, absolutamente nada, da obra do grupo. Podia, eventualmente ter ouvido uma ou outra vez um tema deles, mas nada que me fizesse afirmar que conhecia as sonoridades próprias do trio.
Gostei. Saí da sala com a alma cheia. Do trio destacava o pianista. Em conversa com alguns amigos, gente ligada à música em geral e ao jazz em particular, todos aplaudiam a excelência de Esbjorn Svensson.
Foi com tristeza que recebi a notícia da sua morte, no passado sábado, dia 14 de Junho de 2008. Contava apenas quarenta e quatro anos.
O Jazz ficou mais pobre com a partida precoce deste senhor.
Nota: a quem possa interessar, no youtube, existe um vídeo de Svensson, num solo fantástico.
Um pequenino grão de areia
Que era um pobre sonhador
Olhando o céu viu uma estrela
Imaginou coisas de amor, ô ô ô
Passaram anos, muitos anos
Ela no céu ele no mar
Dizem que nunca o pobrezinho
Pode com ela se encontrar
Se houve ou se não houve
Alguma coisa entre eles dois
Ninguém soube até hoje explicar
O que há de verdade
É que depois, muito depois
Apareceu a Estrela do Mar
Da autoria de Paulo Soledade e Marino, interpretado por Dalva Oliveira, no ano de 1952.
Nota: Acordei hoje a cantarolar esta canção. Não sei se por me achar um pequenino grão de areia...
- Quando acaba o Euro? - pergunto eu ao meu marido.
- Como quando acaba?! Ainda nem começou...
- Eu sei (não sou estúpida - pensei eu). Mas já estou farta dele. O país e o mundo deixaram existir...
Desculpem o desabafo, mas ando com uma dor de dentes daquelas... o que me leva a uma irritação fora do normal. Nem falar em condições consigo. Tenho o maxilar inferior todo dorido. Não consigo comer, só beber. O meu médico está de férias e não consigo encontrar um confiável com uma vaga para me atender.
... e lá está, de volta ao écran da televisão, a Selecção! O orgulho nacional que, atirou para muito longe os problemas reais deste país.
"A religião é o ópio do povo" Karl Marx.
Actualmente poderíamos reescrever o pensamento dele (com a devida vénia), que tomaria a seguinte forma: A Selecção é o ópio do povo (português).
. Alguém lhe pode dizer que...
. ...
. Biblobus
. Nem acredito... Herbie Ha...
. De dois em dois o caracol...
. O que alguém escreveu sob...
. Saudade
. Pensamento (meu) sobre o ...
. Abraço
. Sim...