Domingo, 18 de Dezembro de 2011

Cesária Évora - a outra face da diva dos pés descalços

Peco pelo tardio, ao escrever este post. Deveria tê-lo escrito há já algum tempo. No entanto, hoje apeteceu-me e, eu ainda funciono um pouco consoante os apetites.

 

Não conheço Cabo Verde, mas tenho amigos que são caboverdianos, gente que visita a sua terra de dois em dois anos e que trazem, de cada vez que lá vão, algo de novo para contar.

 

Recordo-me de que as lágrimas me vieram aos olhos ao ouvir, emocionada, a história de Cesária Évora, mulher simples, amiga da sua terra, amiga dos seus amigos e sobretudo, amiga de muitos conterrâneos desconhecidos.

 

Contaram-me estes amigos que, Cesária tinha um casa na sua terra natal. Essa casa, quer ela estivesse em Cabo Verde, França, ou qualquer outro país, tinha sempre a porta aberta e a mesa posta. Para quê? Para que todos aqueles que tivessem fome e não tivessem o que comer, entrassem, sentassem e comessem, sem pressa, dissera-me eles.

 

Mantinha, alguém responsável pela gestão da casa e empregou algumas pessoas. A casa funcionava sempre.

 

A música afastou-a fisicamente do seu país, mas não da sua gente. O egoísmo não tomou conta do seu coração e a fama não lhe turvou os sentidos. Usou o fruto do seu trabalho para continuar a ajudar aqueles que mais precisavam.

 

Grande Cesária Évora!

 

Muito para além da música... "SÔDADE"!

 

Obrigada!

 

 

música: Sôdade
escrito por Eusinha às 11:41

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Sexta-feira, 8 de Outubro de 2010

Max Brix Elisabeth

Conheci-o já lá vão muitos anos. Tantos que já não os conto. Um pouco por culpa do Raul que me falou do Festival Maré de Agosto e, me fez ir até à Ilha de Santa Maria, ou se calhar, um pouco por culpa deste meu gosto pelos artistas e que vai muito para além do espectáculo e do palco.

 

Lembro-me que havia uma discoteca, A Chaminé, e que foi para lá que foram os músicos e a organização do festival.

 

Eu, fui levada pelo Leo e pelos restantes músicos da Tânia Maria. O Max, com aquele seu jeito divertido e amigo de ser, explicava as entranhas da discoteca. Na visita guiada. levou-nos a um espaço vedado ao público. Lá, lembro-me bem, estavam a Tânia Maria, o marido, o Leo e eu.

Ouvimos todas as explicações, questionamos e divertimo-nos.

 

Passaram-se anos sem contacto. Quando nos encontramos, por culpa de um outro festival e de um grande amigo em comum, a amizade renasceu. Acompanhei de longe a luta. Sabia o que se passava. Mas ontem, ao saber que nos tinha deixado, senti-me vazia...

 

Homem da fotografia, amigo verdadeiro, dono de um sorriso fantástico e brilhante, um pai e tanto, fiel aos seus ideais e aos seus sonhos, contador de histórias fascinante,  partiu ontem.

 

A tua família Max, está de luto. Para além deles, a tua ilha, os Açores, o Mundo, as Artes (fotografia, música e teatro), os teus Amigos...

 

Lembrar-me-ei de ti, do teu abraço e do teu sorriso e, sentirei ao longo da vida, o calor da tua amizade.

 

Obrigada, Amigo!

 

Descansa em paz!

sinto-me:
escrito por Eusinha às 13:12

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Domingo, 28 de Fevereiro de 2010

...

Apesar de Lisboa não ser a minha cidade de eleição, é uma cidade onde me sinto bem. Aqui tenho vivenciado aspectos positivos da minha vida.

 

Após uma tarde de sábado cinco estrelas, desde almoço com uma grande amiga, algumas compras e ida ao cinema (fomos ver Nas nuvens), rumei até ao Bairro Alto para e ir encontrar com o Pedro, a companheira dele e alguns amigos. Surpresa das surpresas, encontro o Zeca, músico e amigo com quem já não estava há algum tempo.

 

Foi bom! Muito bom mesmo. 

 

A noite traz-me sempre grandes surpresas.

 

Gostei das pessoas que conheci esta noite: um poeta, uma cantora, um actor, uma pintora e uma arquitecta.

 

Cada vez mais, sinto que o meu lugar é entre todos os que de alguma forma trabalham para que a cultura deste país melhore.

 

 

Agora... agora vou dormir. Convenhamos de que já está mais do que na hora....

 

A todos obrigada.

 

 

 

sinto-me:
escrito por Eusinha às 06:45

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Segunda-feira, 10 de Agosto de 2009

Para a Bélinha (apenas porque... sim)

"Balada do desajeitado"

 

Sei de alguém

Por demais envergonhado

Que por ser tão desajeitado

Nunca foi capaz de falar

 

Só que hoje

Viu o tempo que perdeu

Sabes, esse alguém sou eu

E agora vou-te contar

 

Sabes lá

O que é que eu tenho passado

Estou sempre a fazer-te sinais

E tu não me tens ligado

 

E aqui estou eu

A ver o tempo  a passar

A ver se chega o tempo

De haver tempo pra te falar

 

Eu não sei

O que é que te hei-de eu dar

Nem te sei

Inventar frases bonitas

 

Mas, aprendi uma ontem

Só que já me esqueci

Então, olha, gosto muito de ti

 

Podes crer

Que à noite o sono é ligeiro

Fico à espera o dia inteiro

Para poder desabafar

 

Mas, como sempre,

Chega a hora da verdade

E falta-me o à vontade

Acabo por me calar

 

Falta-me jeito

Ponho-me a escrever e rasgo

Cada vez a tremer mais

E às vezes até me engasgo

 

Nada a fazer

É por isso que eu te conto

É tarde pra não dizer

Digo como sei e, pronto

 

Eu não sei

O que é que te hei-de eu dar

Nem te sei

Inventar frases bonitas

 

Mas, aprendi uma ontem

Só que já me esqueci

Então, olha, gosto muito de ti.

 

                                    Quadrilha

 

 

 

Acho que te adivinho o sorriso...

 

música: Balada do desajeitado, Quadrilha
sinto-me: a caminho da praia
escrito por Eusinha às 13:46

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Domingo, 28 de Dezembro de 2008

Chocolate quente e torradas

Acordei cedo como é habito. Fui à rua tratar dos gatos (são só onze) e da cadela e, fui também recolher alguma roupa que deixara estendida no alpendre, durante a noite.

 

Fazia frio. Mesmo muito frio. Se fosse noutro local possivelmente haveria neve. Aqui limitou-se ao frio que magoava o rosto e as mãos.

 

Entrei em casa e fui a correr (literalmente), acender a salamandra. A sala foi invadida por uma onda de calor deveras confortável.

 

Entrei na cozinha, liguei a torradeira, preparei uma torradas,  de pão caseiro, com manteiga e um chocolate quente, à minha moda, com direito a raspas de chocolate e tudo, e, regressei à sala. Pus um CD de Natal, dos Antigos Tunos da Universidade de Coimbra, a tocar e, fui enroscar-me no sofá.

 

A casa estava silenciosa. Dormiam todos.

 

Dei-me ao luxo de sentir o prazer das coisas simples: o calor da salamandra, o chocolate quente, as torradas de pão caseiro e uma boa música de Natal.

 

Fiquei ali até o meu pessoal acordar. E estive muito bem. Estive em Paz. E, em óptima companhia: comigo mesma.

música: Album de Natal, dos ATUC
sinto-me: em paz
escrito por Eusinha às 13:19

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Quarta-feira, 5 de Novembro de 2008

Hoje...

O dia não começou da melhor forma. Cheguei ao serviço, para além de atrasada, completamente encharcada (até aos ossos).

 

Como se isso não bastasse, senti, de uma forma repentina, uma fome daquelas... e a ideia dos Pastéis de Tentúgal e das Espigas Doces de Montemor, não me saía da cabeça. Desde ontem que ando com esta fome especifica... Sempre que estou emocionalmente instável, sinto fome especifica. Há anos que é assim.

 

Saí para ir comprar qualquer coisa para comer. Na pastelaria onde fui, havia Pastéis de Tentúgal. Que felicidade...! Pois, só durou até eu o provar... Que desilusão! Que sabor horrível! Nem me quero lembrar.

 

Regressei ao serviço com uma... sandes de queijo.

 

Fui à net fazer uma pesquisa e o resultado da mesma, colocou-me, no mínimo, numa posição completamente desconfortável. Ainda não sei o que pensar.

 

O resto do dia, correu, entre sobressaltos e arrelias. Atrasos e a perda do meu telemóvel, deram-lhe o toque final.

 

Por tudo isto, decidi, e muito bem, encher a banheira de hidromassagem, com àgua bastante quente e perfumada, enfiar-me lá dentro, e deixar-me lá ficar a ouvir Bernardo Sassetti e o seu "Nocturno". Que delícia.

 

Lá fora a chuva cai, forte e cadenciada. Emite uma sonoridade muito peculiar e, eu ouço. Ouço e aprecio. Como sabe bem...

 

P.S. É urgente ir a Montemor-O-Velho comprar Espigas Doces. É-o, também, pedir à Tininha que me faça Pastéis de Tentúgal. O que me leva a concluir que é ainda mais urgente ir a Coimbra... 

 

sinto-me: à procura do telemóvel perdido
música: Reflexos, Bernardo Sassetti
escrito por Eusinha às 22:59

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Sábado, 12 de Julho de 2008

Nem acredito... Herbie Hancock ao vivo

Que óptima surpresa esta. Acabei de saber que se tudo correr bem, vou poder assistir a um concerto de Herbie Hancock.

 

Pois Herbie Hancock, vai estar ao vivo e a cores e sobretudo com muito som, na minha santa terrinha. Há muito tempo que desejava assistir a um concerto desde senhor, grande pianista de jazz , mas nunca imaginei poder concretizar este desejo.

 

Quem aprecia jazz, sabe que este senhor venceu este ano, o prémio Grammy Awards para o Melhor Álbum do Ano e Melhor Álbum de Jazz Contemporâneo, com o seu álbum "River: The Joni Letters".

 

Herbert Jeffrey Hancock nasceu em Chicago, a 12 de Abril de 1940. Começou a estudar piano aos sete anos de idade e aos onze já dava concertos. Durante largos anos fez parte do quinteto de Miles Davis. Após a sua saída do quinteto de Miles, enveredou cada vez mais por um jazz de fusão, sem abandonar por completo o jazz acústico se bem que numa vertente moderna.

 

É sem sombra de dúvida um músico notável e versátil. E eu, Eusinha, vou estar a vê-lo e a ouvi-lo muito em breve.

 

 

 

 

 

música: Cantaloup Island, Herbie Hancock
sinto-me: feliz por antecipação, ehehehe
escrito por Eusinha às 17:37

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Quinta-feira, 19 de Junho de 2008

Esbjorn Svensson

Tenho ainda na minha memória um concerto de jazz, ao qual assisti há cerca de dois anos. Era um trio de jazz moderno, vindos da Suécia, cujo nome era curioso: E.S.T..

 

O trio era integrado por Magnus Oström, baterista, Dan Berglund, baixista e Esbjorn Svesson, pianista e compositor.

 

Fui para o concerto sem conhecer nada, absolutamente nada, da obra do grupo. Podia, eventualmente ter ouvido uma ou outra vez um tema deles, mas nada que me fizesse afirmar que conhecia as sonoridades próprias do trio.

 

Gostei. Saí da sala com a alma cheia. Do trio destacava o pianista. Em conversa com alguns amigos, gente ligada à música em geral e ao jazz em particular, todos aplaudiam a excelência de Esbjorn Svensson.

 

Foi com tristeza que recebi a notícia da sua morte, no passado sábado, dia 14 de Junho de 2008. Contava apenas quarenta e quatro anos.

 

O Jazz ficou mais pobre com a partida precoce deste senhor.

 

Nota: a quem possa interessar, no youtube, existe um vídeo de Svensson, num solo fantástico.

 

sinto-me: murchinha
escrito por Eusinha às 19:30

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Estrela do Mar

Um pequenino grão de areia

Que era um pobre sonhador

Olhando o céu viu uma estrela

Imaginou coisas de amor, ô ô ô

 

Passaram anos, muitos anos

Ela no céu ele no mar

Dizem que nunca o pobrezinho

Pode com ela se encontrar

 

Se houve ou se não houve

Alguma coisa entre eles dois

Ninguém soube até hoje explicar

 

O que há de verdade

É que depois, muito depois

Apareceu a Estrela do Mar

 

Da autoria de Paulo Soledade e Marino, interpretado por Dalva Oliveira, no ano de 1952.

 

 

Nota: Acordei hoje a cantarolar esta canção. Não sei se por me achar um pequenino grão de areia...

 

sinto-me: eheheheheh
música: Estrela do Mar
escrito por Eusinha às 14:04

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Sábado, 15 de Março de 2008

Stanley Jordan

 

Como era habitual, comprei os bilhetes para o festival, sem me preocupar com os nomes dos artistas, já que a garantia de qualidade dos mesmos, me deixar livre dessa preocupação e o factor surpresa ser algo que me fascina.

 

Na véspera do festival um colega de trabalho, perguntou-me se não ia assistir à "conferência" onde o guitarrista Stanley Jordan , ia participar. Seria sobre musicoterapia.

 

- Vai ser interessante e como sei que este assunto te interessa... - disse-me ele.

 

No sábado à tarde, à hora marcada, tomei o rumo do auditório. Na assistência não estavam muitas pessoas. Alguns jornalistas e outros tantos curiosos, como eu.

 

O que ouvi, deixou-me fascinada. Pelo músico e pela pessoa que ele era. Todo o trabalho feito em hospitais, passando até por alguns blocos operatórios, fascinou-me de tal forma que decidi, de alguma forma, chamar a atenção para este senhor e para a sua obra.

 

Soube mais tarde, em conversa com um amigo, homem da rádio e deveras conhecedor da vida e obra de Stanley Jordan , que este tem formação musical académica mas, foi nas ruas de Nova York e Chicago que ganhou mestria. Chegou mesmo a ser conhecido pelo músico que tocava em troca de alguns cêntimos. Desengane-se quem pense que não tinha valor suficiente para editar os seus trabalhos. Foi contactado mas, não aceitou gravar, por sentir que ainda não amava a musica como amava a sua família. Quando o fez, fê-lo com a certeza de ter chegado o momento certo.

 

À noite, perante uma sala cheia, um homem grande com ar de menino, subiu ao palco. A um palco onde para além dele e da sua guitarra, apenas estava um piano. Ele e a guitarra, em comunhão perfeita, foram-se soltando em sons, melodias e emoções. O braço da guitarra era tocado pelas suas duas mãos (a direita tocava como se o braço da guitarra fosse um piano). Os meus olhos não conseguiam desviar-se dos seus longos dedos e do braço da guitarra.

 

O público extasiado levou-o a soltar-se ainda mais. Não houve e não há ainda hoje, passados que são alguns anos, e por mais que tente encontrá-las, palavras que quantifiquem e qualifiquem as emoções vividas. Stanley Jordan , tirou da sua harmónica sons que acompanhavam num casamento singular, a sua guitarra. Mas as emoções não estavam completas. Para surpresa de todos, a harmónica continuou a tocar, a guitarra também e o piano acompanhou. Soube depois no bar, que aquilo a que nós tínhamos assistido, já havia sido feito (duas ou três vezes) mas não estava planeado e, era o reflexo do público que lá estava a assistir. Tínhamos formado um universo de gente diferente, vibrando da mesma forma.

 

Este foi sem dúvida um dos melhores concertos a que assisti em toda a minha vida. Para além do jazz  ser a minha paixão musical, a guitarra  sentida e tocada desta forma  é-o também.

 

 

música: Stairway to Heaven, Stanley Jordan
sinto-me: bem (acho)
escrito por Eusinha às 18:00

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