6.30 horas. O quarto está claro. Levanto-me. Espreito a manhã pela janela do quarto de vestir e sinto vontade de ir até à praia. Trato da minha higiene.
6.40 horas. Tomo o pequeno almoço: uma taça de kefir com 4 colheres de sopa de gérmen de trigo e uma de mel.
6.50 horas. Rego a horta. Está viçosa. Vou ter de plantar alfaces novas, as que lá estão, não estão a crescer como esperava. Mas o resto está bonito.
7.00 horas. Visto uma t-shirt branca e umas calças à pirata, também brancas.
7.05 horas. Abro o portão, entro no jipe e arranco, rumo à praia.
7.20 horas. A praia está deserta. Que maravilha. O mar, a areia, o sol e eu. Perfeito! Sento-me na areia e recebo o calor matinal, de um sol que me energiza. Não sei quanto tempo fiquei assim, quieta, de olhos fechados, a usufruir de um mar só meu, de um sol só meu, de uma praia só minha...
Levanto-me e vou molhar os pés. A água está óptima. Respiro fundo e penso na sorte que tenho em poder estar ali. Com pequenas ondas a baterem-me nas pernas, caminho, para cá e para lá, indiferente a um passado e a um futuro, usufruindo apenas um presente que me desperta os sentidos e me faz sentir viva.
Subo as escadas que levam ao bar da praia. Leio o anuncio afixado nas portadas e vou até à marina. Não se vê vivalma. Sons, só os das gaivotas e o suave bater das ondas no molhe.
Volto à praia. Deixo-me estar... O pensamento voa. Recua no tempo. Transporta-me até um passado recente, até uma felicidade em tudo diferente desta. Não tão calma. Não sei qual prefiro...
23 de Maio de 2006. Já aconteceram tantas coisas. Houve risos, sorrisos, lágrimas, choro contido, gargalhadas sonoras, paz, tranquilidade, dor, felicidade, amor, desamor. Enfim...
Regresso ao jipe. A vida da cidade começa a fazer-se sentir. Recuso-me a olhar para o relógio. Não ligo o rádio. Não quero que nada estrague a paz e a felicidade que sinto.
Faço-me à estrada. Já há trânsito. Conduzo em direcção a casa. Prefiro a estrada regional à auto-estrada. Demoro um pouco mais. Mas isso não importa.
Cheguei. O silêncio reina. À excepção dos gatos e da cadela, tudo dorme.
Sinto-me bem. Faço um café e vou bebê-lo na rede. Preparo-me para um, espero eu, bom e feliz, final de semana.
mas hoje senti saudade da altura em que deslocava-me a pé, do Mucifal até à Praia das Maçãs (Sintra), numa qualquer despedida de verão e a abraçar o Outono.
Saía de casa de manhã, não muito cedo, percorria as ruas empedradas, gastas e escorregadias, parava na papelaria via as revistas, voltava a parar no café, para a minha habitual nata e a minha bica e, seguia viagem até Colares. Aí surgia sempre a dúvida: ir como, a pé? De autocarro? De eléctrico? Decidia-me sempre por ir a pé. Dava-me muito mais prazer.
Passava pelas vivendas, algumas já fechadas, porque os donos já estavam de volta a Lisboa, outras ainda com crianças a brincar nos jardins, e ia, devagar, até à Praia das Maçãs.
Atravessava a praia quase deserta, não fora alguns, que como eu teimavam em prolongar o verão, a praia estaria mesmo deserta, e sentava-me ao fundo, naquela rocha lisa e ligeiramente inclinada, a receber de bom grado os salpicos das ondas que rebentavam na mesma.
O sol já não estava tão quente e os salpicos eram ainda mais frios. Mas faziam-me sentir bem. Eram carícias do mar...
Sim, hoje não sei porquê, senti saudade...
E, por esse motivo, fiz a mim própria a promessa, que este Outono irei até à Praia das Maçãs, não a pé, nem do Mucifal, mas irei, receber os salpicos que tão bem me faziam sentir e que por motivos vários já não recebo há muitos, muitos Outonos.
Há precisamente um mês, por esta hora, estava a viver momentos de Felecidade ao teu lado.
Tranquilidade e Paz ocupavam todo o meu ser, mesclados de desejo, Amor e paixão.
Fizeste-me Feliz. Acredito ter-te feito Feliz também.
Hoje, disseste que repetirias tudo outra vez, eu também o faria...
Quero-te MUITO!!!
. Hoje
. Momentos
. De dois em dois o caracol...
. O que alguém escreveu sob...
. Saudade
. Pensamento (meu) sobre o ...
. Abraço
. Sim...