Apetecia-me. Sim, apetecia-me voltar a escrever, ou voltar a subir a um palco e olhar o público nos olhos, ou simplesmente fechar os meus e deixar que a minha voz aquecesse a sala.
Apetecia-me... de verdade, que sim. Partilhar sons e imagens. Receber aplausos e abraços, entre sorrisos e lágrimas.
Apetecia-me, pois... mas a inércia tomou conta de mim. Pelo menos por hoje, independentemente de quantas horas tenha este "hoje"... Fui vencida... e deixo-me, assim, ficar.
Uma boa dose de angústia existencial e uma caixa de Toblerone, união perfeita.
... hoje, sinto-me um cachorrinho abandonado.
Sinto-me como uma pequena península, que não é uma ilha, apenas porque está ligada a um continente por um istmo.
Simplesmente, apetece-me fazer aquilo que simboliza os fracos: DESISTIR!
Positivismos à parte, estou cansada de dar um passo em frente e dez para trás. O esforço é inglório, desgastante e, gera um tumulto de sentimentos inclassificável.
Não quero isto para mim. Não foi o que escolhi. Não foi para isto que lutei.
Simplesmente...
DESISTO
... despojada de sentimentos.
Sinto que algo vai acontecer na viagem que se inicia hoje à noite. E que esse algo não é positivo. Regra geral os pressentimentos não me enganam.
Não consigo explicar, mas parece que forças invisíveis exercem um bloqueio para que a viagem não aconteça. É demasiada tensão.
Costumo viajar alegre e sem expectativas. Desta vez não estou a conseguir.
Aguardemos, então, o evoluir da situação. Às tantas ainda fico em casa e mando tudo pelos ares...
Quando digo tudo é, tudo mesmo. Faço um corte com uma série de coisas, inclusivé planos futuros.
Depois sento-me no chão a ver o que acontece...
Hoje, sinto-me particularmente só e triste. Nem me apetece escrever. A cada dia que passa descubro que não conheço as pessoas com quem lido e que esse desconhecimento se estende a mim própria.
Chegarei algum dia a conhecer-me verdadeiramente?
Nunca escondi o que sinto. Nem de ti nem de ninguém.
Suponho que seja exactamente isso que te assusta. Saberes o que sinto e teres medo, sim, medo, de te enredares nos sentimentos e retribuires. Retribuires da mesma forma e com a mesma intensidade.
Não tenhas medo, meu querido. Não devemos nunca ter medo de amar.
Entrego-te todo o meu amor. Não me devolvas desamor.
Não mates o que sentimos com o silêncio, com a ausência e com a distância.
Vive! Sente! Ama!
Quebra o silêncio, mostra-te presente e encurtece a distância.
Faz-me sentir a proximidade de um beijo teu, do teu sorriso ou até mesmo da tua gargalhada.
Volta do nada em que te perdeste, mergulhado na promessa de "amanhã ligo-te, ou se calhar ainda hoje", da qual me deixaste suspensa toda esta semana...
Se demorares muito, não sei se terei a paciência necessária para ficar aqui, á espera.
Cada silêncio que semeias, é um abismo profundo, cavado entre nós...
Será isso que tu pretendes? Afastares-te de mim, daquilo que temos?
Se é, estás a conseguir...
O teu desamor está, com as suas mãos assassinas, a asfixiar todo o meu amor, que sufoca pela falta de ti...
Beijo-te, meu querido, e talvez esta seja a última vez que o faça.
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