Se hoje, estivesse no Porto, iria de certeza até ao número 67 da Rua de Belomonte, ao Pinguim Café. Desceria as escadas, instalava-me e ficava, calmamente, à espera que alguém, possivelmente o Rui, me transportasse para o país da poesia.
Tenho tantas saudades de alimentar a alma, com uma boa noite de poesia. Há quanto tempo não o faço?! Há algum...
Quem sabe, uma segunda feira qualquer, não vou tirar a alma da miséria... e, ouvir quem me queira satisfazer a alma.
Ontem, levei o dia todo com a certeza de que apenas a tua voz me traria tranquilidade. Precisava ouvir-te a dizer um poema... Hoje fui pequisar e, encontrei este... O mar... Sempre o mar...
P.S. Tenho muitas saudades tuas... Sinto falta daquele abraço...
Sempre soube que o "meu" rio, era o Mondego. Já engrossei o seu caudal com as minhas lágrimas, já tive com ele longas conversas - monólogos, melhor dizendo.
Desde Dezembro que sei, sinto, tenho certeza, que quero e preciso viver perto dele.
Em Dezembro, em Vila Soeiro, ele foi meu confidente. Ouviu-me pela manhã e, apesar do frio, aqueceu o meu Natal.
Fizemos crescer aquela cumplicidade que existe entre os verdadeiros amigos. Sim, porque eu e o Mondego, somos amigos.
E, sinto, muitas, muitas saudades dele...
Uma lágrima de saudade rola-me na face, mas esta, esta não engrossa o seu caudal.
Sim, tenho saudades.
Mas estas são como as folhas:
Verdes e fortes na Primavera
Laranjas e castanhas no Outono.
De início, marcantes
No topo das àrvores
Depois...
Frágeis pelo chão...
Dei por mim a pensar em alguns amigos virtuais, que de uma forma ou de outra, foram importantes para mim. Infelizmente, para mim, deixaram de andar por aqui e eu, sinto a sua falta.
Pessoas a quem nunca vi o rosto ou sequer ouvi a voz, mas que gostava de ler o que escreviam, apreciava os seus comentários e com quem, alguns, cheguei a "teclar".
Estou a lembrar-me do Pedro Sousa, que me ajudou muito, quando foi diagnosticada à minha mãe, uma encefalopatia; o Manel José, sempre com os seus comentários prontos e certeiros; da "apenasmadalena" cuja grandeza interior era inspiradora, entre outros...
A vocês, o meu obrigada, por terem feito parte do meu universo (pelo menos por um tempo). O que é feito de vocês? Espero que estejam bem e felizes.
Um beijo para todos e obrigada por aquilo que me deram...
mas hoje senti saudade da altura em que deslocava-me a pé, do Mucifal até à Praia das Maçãs (Sintra), numa qualquer despedida de verão e a abraçar o Outono.
Saía de casa de manhã, não muito cedo, percorria as ruas empedradas, gastas e escorregadias, parava na papelaria via as revistas, voltava a parar no café, para a minha habitual nata e a minha bica e, seguia viagem até Colares. Aí surgia sempre a dúvida: ir como, a pé? De autocarro? De eléctrico? Decidia-me sempre por ir a pé. Dava-me muito mais prazer.
Passava pelas vivendas, algumas já fechadas, porque os donos já estavam de volta a Lisboa, outras ainda com crianças a brincar nos jardins, e ia, devagar, até à Praia das Maçãs.
Atravessava a praia quase deserta, não fora alguns, que como eu teimavam em prolongar o verão, a praia estaria mesmo deserta, e sentava-me ao fundo, naquela rocha lisa e ligeiramente inclinada, a receber de bom grado os salpicos das ondas que rebentavam na mesma.
O sol já não estava tão quente e os salpicos eram ainda mais frios. Mas faziam-me sentir bem. Eram carícias do mar...
Sim, hoje não sei porquê, senti saudade...
E, por esse motivo, fiz a mim própria a promessa, que este Outono irei até à Praia das Maçãs, não a pé, nem do Mucifal, mas irei, receber os salpicos que tão bem me faziam sentir e que por motivos vários já não recebo há muitos, muitos Outonos.
Do alto do Penedo derramei as saudades
Caminhei lado a lado, com todos os poetas
e outros que como eles, te cantaram
senti com eles o pulsar da tua vida
Bebi um café quente na simpatia do Santa Cruz
Atravessei a pé a Ponte de Santa Clara
Pasmei a olhar o movimento das águas do teu Mondego
engrossei o seu caudal, com as minhas lágrimas
e nele afoguei as minhas mágoas.
Ficaste para trás e vieste comigo
Cidade minha, meu castigo
Vivo em ti, sem nunca lá ter vivido
e amo-te, amo-te de paixão.
Suspenso em ti, está o meu coração...
. Rio para mim, só o Mondeg...
. De dois em dois o caracol...
. O que alguém escreveu sob...
. Saudade
. Pensamento (meu) sobre o ...
. Abraço
. Sim...