Na minha próxima vida, quero viver de trás para a frente.
Começar morto, para despachar logo este assunto.
Depois acordar num lar de idosos e, sentir-me melhor a cada dia que passa.
Ser expulso por estar demasiado saudável, ir receber a pensão e começar a trabalhar, receber logo um relógio de ouro, no primeiro dia.
Trabalhar quarenta anos, até ser novo o suficiente para gozar a reforma.
Divertir-me, embebedar-me e ser de uma forma geral promíscuo e, depois estar pronto para o liceu.
Em seguida, a primária, fica-se criança e brinca-se.
Não temos responsabilidades e ficamos um bébé até nascermos.
Por fim, passamos nove meses a flutuar num spa de luxo, com aquecimento central, serviço de quartos à descrição e um quarto maior, de dia para dia.
E depois,
VOILÁ!
Acaba com um orgasmo!
Tenho dito!
Como gostaria de ter sido eu a escrever este texto... Mas, enfim, a minha capacidade não chega a tanto.
Posso, no entanto, garantir, que para além de fazer-me sorrir, fez-me pensar no facto de não aproveitarmos a vida da melhor forma. Por falta de oportunidades? Por falta de forças? Por falta desse "vil metal" que tanto nos condiciona? Se calhar!...
Um pequenino grão de areia
Que era um pobre sonhador
Olhando o céu viu uma estrela
Imaginou coisas de amor, ô ô ô
Passaram anos, muitos anos
Ela no céu ele no mar
Dizem que nunca o pobrezinho
Pode com ela se encontrar
Se houve ou se não houve
Alguma coisa entre eles dois
Ninguém soube até hoje explicar
O que há de verdade
É que depois, muito depois
Apareceu a Estrela do Mar
Da autoria de Paulo Soledade e Marino, interpretado por Dalva Oliveira, no ano de 1952.
Nota: Acordei hoje a cantarolar esta canção. Não sei se por me achar um pequenino grão de areia...
A utopia está lá no horizonte.
Aproximo-me dois passos, ela se afasta dois passos.
Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos.
Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei.
Para que serve a utopia?
Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.
Eduardo Galeano (Escritor uruguaio)
Nota:
Retirado do "Queridas Bibliotecas" http://queridasbibliotecas.blogspot.com/, blog de José Fanha, que visito habitualmente e cuja visita recomendo.
É certamente uma prisão sem grades este sentimento que me prende a ti.
Sem correntes, sem algemas, sem laços efectivos, estou completamente presa.
Os fios invisíveis impedem os meus movimentos físicos e castram brutalmente os meus pensamentos.
Andei louca pela cidade à tua procura. Não te encontrei em parte alguma. Continuei de uma forma insana a busca, sempre com o mesmo resultado.
Tropecei em cada pedra da calçada, caí exausta na berma de uma qualquer estrada e, não te encontrei.
Subi montes, desci vales, aumentei o meu desespero, numa busca sem fim e, nada.
De ti nem sinal.
Quis ver o teu rosto em todos os rostos que comigo se cruzaram.
Ouvi a tua gargalhada em todas as gargalhas ao meu redor.
Senti mesmo, o teu olhar, quente e doce, em cada um daqueles olhares que me eram dirigidos.
Fingi sentir as tuas mãos no meu corpo, em todas as mãos que o acariciaram.
Foi então que descobri que o amor não tem rosto, o amor não ri às gargalhadas, o amor não vê e o amor não tem mãos.
Percebi que o amor que eu em vão procurara, não existia . Nunca existira. Não existiria.
Fechei-me a sete chaves, num castelo inalcançável , e chorei. Chorei pela ilusão perdida, pela dor sentida, pela utopia do amor.
Rodeei-me de gelo, tornei-me eu própria um bloco dele.
Vieram ventos, chuvas, tremendas tempestades e eu, mantive-me inalterada na minha superior frieza.
Hoje, do alto das muralhas por mim construídas, olho à minha volta e vejo que procurei longe, o que afinal estava perto.
Procurei o amor, longe.
Nem pensei tão pouco que o chilrear do pássaro na minha janela todos os dias pela manhã, era uma forma de este dizer que me amava.
Não percebi que o leve aroma a violetas, que me entrava pela janela, aos primeiros raios do sol, eram uma forma de amor.
E tantas, tantas outras provas me foram dadas. As mesmas provas que foram sempre por mim ignoradas.
Agora percebo que o amor esteve sempre à minha volta, nas pequenas coisas da vida...
E sinto-me aberta ao amor...
Entraste no meu sonho
Devagar
Olhaste-me
Sorriste
Mergulhei no teu olhar
Qual abismo negro e profundo
Senti nos meus lábios,
a brisa doce e terna
do teu beijo.
Abraçaste-me
Abraço quente e forte.
Acordei!
Ao meu lado, a cama vazia
A envolver-me não estavam os teus braços
Só o frio gélido de uma noite de inverno.
Fechei os olhos...
Não quero sentir a realidade desta noite fria
Quero, prefiro, sentir o utópico prazer
Quente e forte do teu abraço.
Não sei o que aconteceu. A última vez que tentei escrever qualquer coisa, mandei tudo pelos ares (falsa expressão), e acabei por não publicar nada.
Vou tentar escrever alguma coisa hoje.
Falava de uma utopia... a de ter-te perto de mim.
Sentia, nas minhas, as tuas mãos. Os nossos dedos estavam entrelaçados.
A tua boca, numa avidez, nunca antes experimentada, buscava a minha. Que bom que é sentir-te! Que saboroso é o teu beijo e que delicia é a tua língua.
Que quente é o teu abraço e que doce é a tua voz, enquanto sussurras as palavras que anseio ouvir...
Gosto tanto de te sentir, seja de forma for.
Sentir-te já me basta...
Tenho medo da loucura que é saber-te e ter-te sem te ter...
Dói saber que, talvez, nunca seremos um só.
Estaremos nós unidos de alguma forma?
Pela distância? Pelos sonhos que são meus e que anseio sabê-los teus também? Talvez!
Neste momento precisava desenhar com os meus dedos as linhas do teu rosto e ouvir a tua voz.
Precisava ter-te ao alcance dos meus lábios, para poder saborear-te...
Mas o que são as minhas necessidades? Desejos incontidos de saudade e utopia. Emaranhados de sonhos impossíveis. Confusão febril de quem já não sabe gerir os próprios sentimentos e vontades.
Tudo isto para quê? Para dizer-te que... Deixo que sejas tu a adivinhar o que te quero dizer.
. 'A minha próxima vida', p...
. Abraço
. Utopia
. De dois em dois o caracol...
. O que alguém escreveu sob...
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. Pensamento (meu) sobre o ...
. Abraço
. Sim...